Interferência do Eletromagnetismo dos telefones celulares nos aparelhos médico hospitalares.

Distúrbio que pode ser provocado tanto pelos circuitos internos dos equipamentos eletro-eletrônicos (rádios, computadores, lâmpadas, etc.) como também por eventos naturais que atingem a rede elétrica (descargas atmosféricas, por exemplo), causando uma resposta indesejada, funcionamento errático ou ainda degradação do desempenho desses equipamentos. Todos os equipamentos eletrônicos são, em algum nível, passíveis de sofrer interferência desse tipo, assim como de gerar campos eletromagnéticos capazes de interferir no funcionamento de outros equipamentos. Interferência eletromagnética é uma forma de poluição ambiental, pois seus efeitos vão desde falhas na recepção de rádio até acidentes fatais devido à falha de sistemas de controle de segurança. Diferentes formas de interferência eletromagnética podem causar mau funcionamento em equipamentos eletrônicos, impedir o uso adequado do espectro de radiofrequência, interferir no funcionamento de sistemas vitais e ter até mesmo efeito sobre os tecidos humanos.  

Como acontecem essas interferências?

Um campo elétrico variável gera um campo magnético variável que também irá gerar um campo elétrico e assim sucessivamente.  Isso origina uma perturbação eletromagnética que irá se propagar no espaço, através da união de 2 campos em recíprocas induções.

Quais os equipamentos em que essas interferências são mais nocivas?

Aqueles que utilizam monitores e papéis para apresentar seus resultados. como, por exemplo:

Eletrocardiógrafo, Monitor cardíaco, Ventilador pulmonar, Bomba de infusão, Aparelho de ultrassonografia, Ventilador pulmonar com pulmão artificial.

Resultados

De acordo com os testes feitos em hospitais, embasados em trabalhos já publicados, foi possível detectar e concluir que o celular em atividade a distância inferior a 1,5 m do aparelho médico hospitalar induz alterações no resultado dos eletrocardiogramas, eletroencefalogramas podendo levar a má interpretação dos mesmos, causando complicações a saúde dos pacientes. Também foi possível observar que a essa distância, monitores cardíacos ligados ao paciente apresentam aumento significativo dos batimentos cardíacos do mesmo, confirmando a interferência do celular nesse equipamento.

Podemos considerar que por se tratar de um fenômeno a interferência eletromagnética pode ou não ocorrer, assim, é fácil perceber que a melhor forma de evitá-la é a conscientização da população aliada a uma maior fiscalização, no intuito de minimizar a ocorrência dessa danosa interferência.   Por este motivo é importante levar à população o conhecimento sobre a ocorrência deste fenômeno da qual a mesma não tem conhecimento algum e realizar a conscientização nos hospitais e clínicas sobre o uso restrito dos aparelhos celulares, próximo aos equipamentos médico hospitalares. Isso sem falar nas medidas que devem ser tomadas pelos governantes, como leis que proíbam o uso de celulares em ambientes hospitalares específicos como UTI e salas de exames. 

Por Dra. Marilene Jatoba Botelho

CRM 7437 DF

Ginecologista/Obstetra  TEGO 216/ 1992

RQE 4940 | RQE 8902

Referências bibliográficas:

ABNT , “NBR / IEC  60601-1 Norma Geral : Prescrições gerais para Segurança Elétrica  de Equipamentos Eletromédicos” São Paulo 1994

ABNT, “NBR / IEC 60601-1-2 Norma Colateral: Compatibilidade eletromagnética Prescrições e Ensaios em Equipamentos Eletromédicos” São Paulo 1997

S.C.B,Cabral, S,S. Muhlen, Revista Brasileira de Engenharia Biomédica , 18:3, 113-122( 2002 )

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